Com o ritmo um pouco mais lento nessas férias e, admito, uma certa preguiça considerável tomando controle do corpo deste que vos fala (ou escreve), o CONTO POR CONTO deve continuar...
O Menino
Invisível:
Um conto bem curto, simples e com uma temática e narrativa bem
puxadas para a Literatura Infantil. Publicado em 1945, fala sobre a relação de
um menino com uma feiticeira. Quando o menino fica sozinho em casa, ele fica
junto à feiticeira.
O problema é que ela agora quer que ele sempre fique com ela,
fazendo companhia. Para isso, ela tenta convencê-lo, jogando um feitiço que permite
a ele ficar invisível. Mas é óbvio que problemas surgirão...
É uma história bem Sessão da Tarde, na verdade. Apenas o final (o
último parágrafo, de fato) dá um toque um pouco mais emocionante e melancólico
a tudo. NOTA: 6,5 / 10
A Máquina
de Voar:
Outra história puxada para o infantil, mas dessa vez com menos
elementos de fantasia. Basicamente, é inventada por um camponês uma espécie de
roupa que possibilita a pessoa a voar por aí, lá no longínquo ano de 400 da
China Imperial. Um servo o vê planando e, maravilhado, relata ao Imperador Yuan,
que talvez não tenha curtido tanto a ideia.
Narrativa bem simples e tem toda a pinta de ser aquelas historinhas
com uma lição de moral no fim. Eu, sinceramente, não captei... NOTA: 5 / 10
O
Assassino:
Essa sim, uma história realmente interessante e bem trabalhada.
Retomando um pouco a ficção científica característica do autor, ele traz a
entrevista de um psiquiatra com um homem supostamente insano, que se auto
intitula “O Assassino”. Curiosamente, esse cara não matou pessoas; o crime dele
foi, na verdade, destruir a maior quantidade de aparelhos tecnológicos que ele
pôde.
As “máquinas barulhentas” incomodavam-no tremendamente, e esse
mundo futurístico era repleto de comunicadores de pulsos, telefones, pulseiras de
rádio, etc. Todos estavam sempre em contato, comunicando um com os outros,
dizendo o que estavam fazendo a cada segundo de seus dias.
Isso talvez lembre alguma coisa da nossa atualidade, certo? O
exagero muitas vezes existente com relação ao uso de tecnologias, comunicações,
redes sociais...
É uma bela narrativa. Eu realmente acreditei no dito Assassino, entendi seu ponto de vista e sua indignação.
O comportamento dele também é o de alguém aparentemente transtornado, e isso é
sutilmente exposto. O sci-fi está presente, mas também mostrado sutilmente, sem
exageros.
Simples e, ainda assim, muito bom. NOTA: 9 / 10
LIVRO:
"Os Frutos Dourados do Sol". Francisco Alves. Traduzido por: Sergio Flaksman.
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