quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

CONTO POR CONTO #4: "O Menino Invisível", "A Máquina de Voar" e "O Assassino" (Ray Bradbury)

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Com o ritmo um pouco mais lento nessas férias e, admito, uma certa preguiça considerável tomando controle do corpo deste que vos fala (ou escreve), o CONTO POR CONTO deve continuar...


Dessa vez, no entanto, de uma maneira mais simples e dinâmica, com alguns comentários sobre o sexto, sétimo e oitavo conto da coletânea "Os Frutos Dourados do Sol", de Ray Bradbury.






O Menino Invisível:

Um conto bem curto, simples e com uma temática e narrativa bem puxadas para a Literatura Infantil. Publicado em 1945, fala sobre a relação de um menino com uma feiticeira. Quando o menino fica sozinho em casa, ele fica junto à feiticeira.


O problema é que ela agora quer que ele sempre fique com ela, fazendo companhia. Para isso, ela tenta convencê-lo, jogando um feitiço que permite a ele ficar invisível. Mas é óbvio que problemas surgirão...


É uma história bem Sessão da Tarde, na verdade. Apenas o final (o último parágrafo, de fato) dá um toque um pouco mais emocionante e melancólico a tudo. NOTA: 6,5 / 10






A Máquina de Voar:

Outra história puxada para o infantil, mas dessa vez com menos elementos de fantasia. Basicamente, é inventada por um camponês uma espécie de roupa que possibilita a pessoa a voar por aí, lá no longínquo ano de 400 da China Imperial. Um servo o vê planando e, maravilhado, relata ao Imperador Yuan, que talvez não tenha curtido tanto a ideia.


Narrativa bem simples e tem toda a pinta de ser aquelas historinhas com uma lição de moral no fim. Eu, sinceramente, não captei... NOTA: 5 / 10





O Assassino:

Essa sim, uma história realmente interessante e bem trabalhada. Retomando um pouco a ficção científica característica do autor, ele traz a entrevista de um psiquiatra com um homem supostamente insano, que se auto intitula “O Assassino”. Curiosamente, esse cara não matou pessoas; o crime dele foi, na verdade, destruir a maior quantidade de aparelhos tecnológicos que ele pôde.


As “máquinas barulhentas” incomodavam-no tremendamente, e esse mundo futurístico era repleto de comunicadores de pulsos, telefones, pulseiras de rádio, etc. Todos estavam sempre em contato, comunicando um com os outros, dizendo o que estavam fazendo a cada segundo de seus dias.


Isso talvez lembre alguma coisa da nossa atualidade, certo? O exagero muitas vezes existente com relação ao uso de tecnologias, comunicações, redes sociais...


É uma bela narrativa. Eu realmente acreditei no dito Assassino, entendi seu ponto de vista e sua indignação. O comportamento dele também é o de alguém aparentemente transtornado, e isso é sutilmente exposto. O sci-fi está presente, mas também mostrado sutilmente, sem exageros.



Simples e, ainda assim, muito bom. NOTA: 9 / 10










LIVRO: 
"Os Frutos Dourados do Sol". Francisco Alves. Traduzido por: Sergio Flaksman.

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