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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

"A Obra-prima Ignorada" (Honoré de Balzac)


Essa foi a primeira vez que li algo do grande Honoré de Balzac. A única vez que cheguei próximo à sua obra foi em um conto meio-sátira, meio-horror, no qual o autor e uma de suas muitas personagens eram utilizados na trama (era esse conto aqui).


Decidi começar a conhecer Balzac por uma de suas histórias curtas. Particularmente, o que me motivou a ler tal conto foi seu título. Uma obra-prima que é ignorada me parecia sempre o resumo do artista incompreendido.


No final, não é bem assim... mas vamos lá:


Passando-se no longínquo ano de 1612 (o conto foi escrito em 1832), a história é sobre a primeira imersão do jovem pintor Nicolas Poussin no universo dos grandes artistas.


Ao ir conhecer o atelier de um grande pintor que admira, ele acaba deparando-se com um velho de figura extremamente curiosa. Logo ele descobre que o tal é um expert em artes, fazendo observações e críticas incríveis sobre obras que todos consideram perfeitas.


O fascínio de Nicolas faz o velho permitir que o jovem adentre em seu próprio atelier. E assim, Nicolas fica sabendo que o tal velho expert está há uma década trabalhando em um único quadro secreto, uma obra que, julgando todo o talento e perfeccionismo do velho, deve ser algo de outro mundo.


No entanto, para terminar a pintura e mostra-la ao mundo, o velho precisa de algo a mais. E Nicolas, cada vez mais obcecado pelo mundo das artes, percebe que terá de fazer um sacrifício que pode quebrar seu coração...


sábado, 23 de novembro de 2013

PSEUDO-RESENHA: "O Bosque das Ilusões Perdidas" (Alain-Fournier)

Título: "O Bosque das Ilusões Perdidas"
Título Original: "Le Grand Meaulnes"
Autor: Alain-Fournier (França) 
Ano de Publicação: 1913
Ano de Publicação no Brasil (esta edição): 1972
Quando foi lido: 09/11/2013 - 23/11/2013
Editora: Círculo do Livro
Tradução: Maria Helena Trigueiros 
Arte da Capa: Massao Hotoshi
Número de Páginas: 207


Dedicatória: "À minha irmã Isabelle."



 [Só pra constar, não há spoilers nem nada que comprometa significativamente a leitura]  



quinta-feira, 7 de novembro de 2013

100 anos e 7 pequenos trechos: Camus

http://24.media.tumblr.com/tumblr_lbie9cvpuk1qzms5to1_400.jpg
Nascido em 1913, Albert Camus foi um escritor e filósofo francês/argelino conhecido principalmente por suas obras clássicas, suas referências ao suicídio e como um dos principais fundadores da linha filosófica chamada "absurdismo". 


---- Uma das coisas mais importantes [ou não]: se pronuncia "Cãmí" e não "Cãmus", como eu e muitas pessoas já falaram. No meu caso, acho que foi a influência do Cavaleiros do Zodíaco... -------  



Enfim, nesse 7 de novembro de 2013, Camus completaria 100 anos de vida. No entanto, em 1960, um acidente de carro infelizmente tirou a vida do segundo mais jovem vencedor do Nobel de Literatura (ele ganhou em 1957, com 44 anos).


Então, em uma espécie de lembrete sobre seu legado, reuni aqui 7 quotes que acho interessantes e inspiradoras (?), de autoria do francês! ;)

  
1:

"O homem cotidiano não gosta de demorar. Pelo contrário, tudo o apressa. Ao mesmo tempo, porém, nada lhe interessa além de si mesmo, principalmente aquilo que poderia ser."

"O Mito de Sísifo" (1941)



quarta-feira, 19 de junho de 2013

CONTO POR CONTO #1: "A Fava" (Léon Bloy)

Depois de ler a história, sempre volto algumas páginas para ler então a "Apresentação" do conto porque "Contos de Horror do Século XIX" tem essa característica, um tanto desagradável na minha opinião, de introduzir sutis spoilers nessas curtas "introduções" aos contos. 

Li a "Apresentação"... e descobri que o autor do conto que acabara de ler era uma pessoa bem... diferente. E bem odiada também...


Aparentemente, Léon Bloy não tinha muitas papas na língua. É isso o que se pode dizer de alguém que chamou Victor Hugo de "estuprador da poesia" e Maupassant de "fornicador diante de peritos querendo ser chamado de escritor másculo". A lista de seus inimigos continua recheada de adjetivos interessantes e até nomes como Flaubert e Émile Zola não ficaram de fora.



"Ok, talvez o cara fosse meio babaca, mas e a história?", você pergunta (ou não).



Bom, acompanhamos um episódio triste e desconfortável na vida de um vendedor de queijo chamado sr. Tertuliano. Ele era feliz, pois seu negócio prosperava e ele havia conseguido casar com uma bela moça que era 20 anos mais nova que ele.


E, seguindo a linha clássica de diversas histórias de horror, é evidente que a digníssima esposa acaba falecendo, sem deixar nenhum herdeiro e mandando Tertuliano para uma vida de tristeza e saudade. Porém, isso dura pouco, pois ficamos sabendo que nosso protagonista era um sujeito desconfiado e "sofria de um medo atroz de ser corno".
 

Por causa disso, ele investiga um pouco do cotidiano de sua esposa e descobre uma gaveta com uma quantidade enorme de amor e paixão endereçadas a ela.


Pior: todas vinham de amigos de Tertuliano e todas tinham, em seu conteúdo, deboches quanto à condição de corno que ele ostentava sem saber.


Léon Bloy (1846 - 1917)
Mais triste ainda, mas agora também motivado por um ódio monumental, Tertuliano vai buscar sua vingança, punindo todos aqueles que se diziam amigos e traíram sua confiança.

E se ele pudesse se vingar de uma só vez? Quem sabe em um banquete, em uma festa? Por sorte, ele logo tem essa possibilidade, pois o Dia de Reis está se aproximando... Dessa forma, ele decide perpetuar seu ato contra todos através de um jantar nesse dia, no qual será servido o "Bolo Rei". 

Bolo Rei é um prático típico da celebração do Dia dos Reis. Dentro do bolo geralmente é "escondida", entre outras coisas, uma fava seca (espécie de semente de vagem) e, de acordo com a tradição, quem encontrá-la terá muita sorte durante o ano.


Enfim, o que será que Tertuliano vai fazer nesse Dia dos Reis para se vingar?

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FINAL (SPOILER): Como "fava", ele põe por todo o interior do bolo, pedaços do coração ainda em putrefação de sua amada. Talvez não seja a melhor vingança de todas, mas de maneira simbólica é interessante e é uma espécie de surpresa macabra.  
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Admito que fiquei um pouco preocupado no início. Sabia que o conto era curtíssimo, porém o ritmo parecia arrastado.

Parecia que ia ficar o tempo todo apenas nas ponderações tristes sobre a perda da esposa...

Mas, a partir de certo ponto, o negócio engrena e ganha uma pincelada cômica com a tragédia do "corno" e desiludido vendedor de queijos.

Também achei interessante o fato do título não ter uma referência tão explícita no texto (não lembro de ler "fava" em lugar algum na história) e de que o o horror emerge efetivamente bem no final, no último parágrafo.






NOTA: 8 / 10   






LIVRO:
Contos de Horror do Século XIX (2005), organizado por Alberto Manguel. Companhia das Letras. Tradução: conto traduzido por J. A. Giannotti.

sábado, 15 de junho de 2013

CONTO POR CONTO#1: "Uma Vendeta" (Guy de Maupassant)

O termo "vendeta" (ou "vendetta") designa, basicamente, uma ação de vingança ou a própria vingança em si, como elemento no comportamento humano.

O termo italiano talvez seja mais conhecido atualmente por causa do filme e da graphic novel chamada "V de Vingança", ou no original, "V for Vendetta".

Dito isso, presume-se, obviamente, que o conto traria um episódio no qual os personagens estariam motivados por um ódio e uma tristeza tão grande que desejariam fazer com que o causador desses sentimentos provasse do próprio veneno. 

Dessa forma, a narrativa começa nos introduzindo ao seu cenário principal, a pequena cidade de Bonifácio. Achei esse local (acho que é fictício) particularmente interessante, pois estaria localizado "sobre uma saliência na montanha" e praticamente "suspenso", tendo abaixo e à sua frente apenas o mar. 

http://www.tolkienforums.com/Pictures/Minas_Tirith_2.jpg
Minas Tirith em "O Senhor dos Anéis"

Essa descrição me lembrou levemente de Minas Tirith (Senhor dos Anéis), que, apesar de não estar suspensa e de ter uma planície à sua frente e não o mar, também está "encostada" em uma montanha e, como Bonifácio, possui alguns muros a protegendo. Enfim...




Somos apresentados à uma pequena família (ou o que sobrou dela): a viúva sra. Saverini, seu filho Antoine e a cadela Vivaz. A família, já um pouco desestruturada pela falta do sr. Saverini, sofre uma grande perda quando Antoine morre depois de uma discussão com um indivíduo de má fama na cidade.

Com toda a dor e sofrimento, cabe à já idosa sra. Saverini armar um plano para vingar a morte injusta de seu amado filho. Mas como fazer? Ela não tem muitas capacidades físicas para isso e tampouco ninguém da cidade se arriscaria a atravessar o estreito, chegar à outra aldeia e encontrar o algoz de Antoine...

Entretanto, a vingança começa a se tornar uma forte obsessão, passando, lentamente, para um desejo sádico que talvez vá além até da tentativa de restabelecer a "honra" de seu filho.   

O conto é muito curto, por isso, já vem spoiler...

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FINAL (SPOILER): A sra. Saverini encontra uma solução para concretizar sua vendeta: ela treina sua cadela (de forma um tanto cruel) para atacar mortalmente um ser humano depois de uma ordem, condicionando o animal a isso com "recompensas", como pedaços de murcilha. Assim, Saverini atravessa o estreito e alcança seu terrível objetivo.
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http://fc01.deviantart.net/fs71/i/2013/128/b/2/vendetta_by_tboersner-d579kkq.jpg
Morte de Antoine ("Une Vendetta" - 1883)
Pelo que eu entendi através da pouca pesquisa que fiz, Guy de Maupassant costumava produzir textos mais curtos, tentando implicar a maior densidade e quantidade de aspectos psicológicos possíveis.

Eu gostei da história, achei envolvente, mas, dessa vez, o conto me pareceu "curto demais". Ele é direto, com uma breve introdução e logo chega ao ponto das especulações da sra. Saverini sobre sua empreitada; e isso é bom até. Porém, a narrativa, os personagens e o cenário me deram a impressão de que poderiam ser trabalhados muito mais e, mesmo assim, não desviaria o foco da história. 

As sutis mudanças no comportamento da protagonista poderiam ter sido mais elaboradas e aprofundadas, por exemplo.


Mas eu acho que "Uma Vendeta" está longe de ser chamado de ruim.


Resumindo...




NOTA: 8 / 10      





LIVRO:
Contos de Horror do Século XIX (2005), organizado por Alberto Manguel. Companhia das Letras. Tradução: conto traduzido por Amilcar Bettega.  

terça-feira, 11 de junho de 2013

CONTO POR CONTO#1: "Esperidião" (Episódio) (George Sand)

Lá, no longínquo século XIX, quando as fotografias eram em preto e branco e sem filtros do Instagram, George Sand já estava inovando, sendo uma feminista antes mesmo de existir o "movimento" feminista, e publicando textos contra a sociedade ultra-machista da época. 

Sim, George Sand era uma mulher. Na verdade, era o pseudônimo de Amandine Aurore Lucile Dupin. Não tenho certeza disto, mas acho que o pseudônimo era justamente para fins comerciais, uma vez que poucas pessoas teriam a coragem de ler histórias de cunho feminista naqueles anos e menos ainda se fossem escritas por alguém do sexo feminino.

Ainda por cima, Sand ficou meio famosa também por ter uma vida amorosa deveras "agitada", com nomes como o músico clássico Chopin e até uma atriz francesa e famosa.

O século XIX, infelizmente, não me parece ter sido a época mais adequada para ela viver...
  
De qualquer forma, em 1839, ela escreveu uma novela chamada "Esperidião". Em "Contos de Horror do Século XIX", consta um pequeno episódio da narrativa inteira. Obviamente, ele é um dos mais assustadores.

Nesse "parte da história", acompanhamos o monge Aléxis que desce às catacumbas de uma igreja para visitar a tumba de seu mestre e, pelo que eu entendi, buscar mais "repostas".
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJX9fbrqJ5BlssVDu-3YUm1o8aq8EoWRc2nUbLXGNJzIBcqgvh9Mr2JjDlOlSKMNosnyx8QthUpYcwSwmVLgd8DE11aomXLKGSTKZzpNoeiDnODbG_gI0UuiJ0U_1GIjgbHteOOVL0maKX/s1600/george.jpg
George Sand (1807 - 1876)

É difícil falar sobre esse episódio, na verdade. Só dá pra dizer que tudo de importante na narrativa está na descrição dessa macabra tumba, onde o monge começa a testemunhar cenários infernais e torturantes que, de certa forma, caracterizam um terror mais explícito e sangrento que o convencional horror voltado mais para fatores psicológicos.

A autora tenta chocar e até consegue isso razoavelmente bem, pois as cenas alteram-se com certa velocidade, esperando apenas você absorver toda a desolação ali presente para depois transformar tudo em algo novo e mais chocante.    

Tudo culmina então em uma interpretação interessante dessas visões de Aléxis, demonstrando e explicando os simbolismos presentes naqueles cenários macabros. Surpreendentemente, no final das contas, aquelas visões são interpretadas como uma crítica e uma representação da própria Igreja do monge Aléxis, da religiosidade e da fé cega que move e corrompe diversos "homens de Deus" extremamente dogmáticos.

De fato, tudo me surpreendeu um pouco: o macabro, a história e até mesmo a interpretação final de tudo.                              

Por ser diferente e trazer elementos mais explícitos que o horror da época, considero a narrativa boa, mesmo não me instigando a ponto de querer ler toda novela "Esperidião"...






NOTA:  8  /  10






 LIVRO:
Contos de Horror do Século XIX (2005), organizado por Alberto Manguel. Companhia das Letras. Tradução: conto traduzido por Milton Hatoum.  

sábado, 1 de junho de 2013

CONTO POR CONTO #1: "Frumm-flapp" (Jules Verne)

"Frumm!... É o vento que corre desatado.
Flapp!... É a chuva que desaba torrencial." 

O grande Jules Verne (ou Júlio Verne), como muitos outros autores com histórias incluídas em "Contos de Horror do Século XIX", não é e nunca foi famoso por criar narrativas que se enquadrassem no gênero denominado "horror".  De fato, seus trabalhos mais clássicos, como "A Volta ao Mundo em 80 Dias" e "Viagem ao Centro da Terra", são muito mais próximos dos primórdios da ficção científica e da pura aventura.  

Convenhamos que a estranha (e talvez um pouco tosca) onomatopeia que dá o título ao conto talvez não traga, em muitos leitores, as melhores expectativas possíveis no que tange ao horror. 
(Eu mesmo admito que fiquei um pouco desconcertado ao ver que "frumm-flapp" significava isso XD)

Mas acabei descobrindo que não. O conto não é ruim mesmo...

Usando como cenário uma cidadezinha fictícia, impossível de encontrar em qualquer mapa existente e ainda por cima com o nome peculiar de "Luktrop", Verne conta-nos a história do frio, arrogante e ganancioso dr. Trifulgas, aparentemente o único médico da localidade.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/85/Jules_Verne.gif
Jules Verne (1828 - 1905)
Em um dia chuvoso, Trifulgas é "importunado" três vezes para ir à casa de um padeiro à beira da morte. A tal casa estava localizada a uma determinada distância da cidade, quatro kertses (unidade aparentemente fictícia também).

Depois de uma proposta financeira melhor, dr. Trifulgas acaba aceitando a empreitada e dirige-se à tal residência. Chegando lá, as coisas começam a ficar estranhas e inquietantemente familiares ao desprezível médico.

É então que, nessa atmosfera tensa, ele encontra seu paciente moribundo em seu leito. Mas a cena é terrível demais para Trifulgas, de forma que ele não poderá medir esforços para salvar seu paciente.


Conclusão:

O conto é curto, simplíssimo de ser lido e destaca-se em três pontos interessantes: a curiosa cidadezinha, a personagem dr. Trifulgas e a tensão proporcionada no seu clímax. 

Um bom conto. Nada de genial é verdade, mas um bom conto, mesmo assim ;)        


SE QUISER SPOILER...: de alguma forma, indo para a casa do paciente, o dr. Trifulgas acaba chegando em uma réplica de sua própria casa. E o paciente é o próprio dr. Trifulgas! Ele terá que salvar a si mesmo da morte. 




NOTA: 7 / 10




LIVRO:
Contos de Horror do Século XIX (2005), organizado por Alberto Manguel. Companhia das Letras. Tradução: conto traduzido por Rubia Prates Goldoni.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

CONTO POR CONTO #1: "A Tortura pela Esperança" (Villiers De L'Isle Adam)

O que dizer de um escritor de horror que, como Charles Baudelaire e Stéphane Mallarmé, eram aficionados por Edgar Allan Poe ainda naquela época distante que era o século XIX?


Melhor ainda: o que dizer de um escritor de horror que botava o nome de suas antologias de "Contos Cruéis" e " Novos Contos Cruéis" e que dizia que foram escritas "seguindo as pegadas do gato preto de Poe"?


Bom, poderia dizer que esse escritor de nome aparentemente impronunciável, simplesmente atingiu seu objetivo. Ao menos é isso que é possível ver em "A Tortura pela Esperança".
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgUNRXVUUWn0X4S6WuO9vVLKNCzwq-lxRWrdEQthXKk2qUEpAywArDZZt-6nNsH0QS65HQHlGTcQq9U70eQmiDJm5OjQYyuFSaa9o8MDkIIwIHVQPBGrAKym_21JUwMQBAoFJeyAryPMhg/s1600/TortureOfHopePage559b.JPG
"A Tortura pela Esperança" (1888)


Como o clássico "O Poço e o Pêndulo" de Poe, o conto se passa durante a Inquisição promovida pela Igreja Católica. Dessa vez, o prisioneiro é um rabino que recebe a notícia de que finalmente será "salvo" de forma amigável (em uma fogueira) no dia seguinte. Isso, claro, depois de já ter passado "mais de um ano, diariamente submetido a tortura."


Entretanto, como que por um milagre, ele encontra uma pequena brecha que pode significar sua fuga da fogueira e daquele antro de terror. Mas ele sabe que vai ter que ir com muita cautela para conseguir chegar à saída.




http://www.germinaliteratura.com.br/imagens/villiers-de-l-isle-adam.jpg
Villiers Adam (1838-1889)
O conto é bem curto e não gostaria de expor muitos spoilers sobre ele. Só posso dizer que é ótimo e lembra bem um "estilo Poe de escrever".


Veja bem, lembra um "estilo Poe de escrever". Apesar das óbvias influências, nesse conto Villiers mostra uma característica mais forte que o simples horror: a ironia que, de certa forma, acaba evoluindo para a crueldade (não é por um acaso que seus contos sempre são "Cruéis").




Opinião (provavelmente) contendo spoilers: esse conto tem um dos finais mais filhos da puta que eu já vi até hoje, no sentido de promover uma dose cavalar de frustração para o protagonista... 




NOTA: 10 / 10



LIVRO:
Contos de Horror do Século XIX (2005), organizado por Alberto Manguel. Companhia das Letras. Tradução: conto traduzido por Ecila de Azeredo Grünewald.