segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

"A Obra-prima Ignorada" (Honoré de Balzac)


Essa foi a primeira vez que li algo do grande Honoré de Balzac. A única vez que cheguei próximo à sua obra foi em um conto meio-sátira, meio-horror, no qual o autor e uma de suas muitas personagens eram utilizados na trama (era esse conto aqui).


Decidi começar a conhecer Balzac por uma de suas histórias curtas. Particularmente, o que me motivou a ler tal conto foi seu título. Uma obra-prima que é ignorada me parecia sempre o resumo do artista incompreendido.


No final, não é bem assim... mas vamos lá:


Passando-se no longínquo ano de 1612 (o conto foi escrito em 1832), a história é sobre a primeira imersão do jovem pintor Nicolas Poussin no universo dos grandes artistas.


Ao ir conhecer o atelier de um grande pintor que admira, ele acaba deparando-se com um velho de figura extremamente curiosa. Logo ele descobre que o tal é um expert em artes, fazendo observações e críticas incríveis sobre obras que todos consideram perfeitas.


O fascínio de Nicolas faz o velho permitir que o jovem adentre em seu próprio atelier. E assim, Nicolas fica sabendo que o tal velho expert está há uma década trabalhando em um único quadro secreto, uma obra que, julgando todo o talento e perfeccionismo do velho, deve ser algo de outro mundo.


No entanto, para terminar a pintura e mostra-la ao mundo, o velho precisa de algo a mais. E Nicolas, cada vez mais obcecado pelo mundo das artes, percebe que terá de fazer um sacrifício que pode quebrar seu coração...







É uma narrativa que, creio eu, irritaria alguns leitores não tão interessados pela pintura e desenho. Existem longos diálogos (e monólogos) sobre aspectos importantes dessas duas coisas. Tecnicalidades mesmo.


Eu, sempre um entusiasta no desenho, por outro lado, me identifiquei bastante com alguns dos pensamentos e me interessei.


Honoré de Balzac (1799 - 1850)
A construção de personagens, apesar de breve, é eficiente. Também, os conflitos demonstrados são bem explorados e expostos.


O foco principal, claro, é sobre como o perfeccionismo pode levar um artista a conflitos e, se não remediados, a uma loucura incontrolável causada por sua própria criação e ambição. Isso foi abordado de forma muito surpreendente, no final das contas.


Apesar da escrita bem datada, é uma leitura que flui facilmente – levando em consideração, claro, que é um clássico.


O final, talvez, tenha se perdido um pouco, no sentido de que os últimos parágrafos me fizeram considerável confuso e exigiram uma segunda lida.


Portanto, com tudo isso...








NOTA: 7,5 / 10









LIVRO: 
"A Obra-prima Ignorada seguido de Um Episódio durante o Terror". L&PM POCKET. Traduzido por: Dorothée de Bruchard e Rejane Janowitzer.

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