quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

CONTO POR CONTO #4: "O Papagaio...", "Até Nunca Mais Ver" e "O Bordado" (Ray Bradbury)

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O Papagaio de Papel Dourado, o Vento Prateado (1953)


Pela segunda vez nessa coletânea, uma história com toques infantis e ambientada na Antiga China (“A Máquina de Voar” era a outra). Dessa vez, é narrada a relação conturbada entre duas cidades vizinhas e, estranhamente, o formato de suas muralhas.

É bem simples, de fato, e acaba tendo uma espécie de lição de moral no final: a competição cega pode ser muito mais prejudicial do que a cooperação, conquistada depois de ambos os lados deixarem o orgulho de lado. NOTA: 6 / 10




Até Nunca Mais Ver (1947)


Uma coisa que eu gostei nos contos de Ray Bradbury é que ele pega situações aparentemente prosaicas e transforma em uma bela e simples história curta. Esse é o caso.

Falando sobre a injustiça que muitas vezes existe na deportação de imigrantes ilegais e, ao mesmo tempo, da tristeza presente em despedidas, é um conto bonito, apesar da simplicidade. NOTA: 6,5 / 10






O Bordado (1951)


Três senhoras idosas encontram-se na varanda de uma casa, cada uma bordando coisas diferentes com suas agulhas e... bem, esperando algo. Não se sabe exatamente o que elas estão esperando até o final da história, e, mesmo assim, o que acontece pode trazer algumas interpretações.

Existe uma clara semelhança com as moiras (ou parcas), personagens da mitologia greco-romana, ainda pelo fato de elas estarem mexendo com linhas e tudo o mais.

Gostei bastante; existe um tom de tristeza profunda permeando a conversa das três e o ritmo da leitura não se arrasta. NOTA: 8 / 10





SPOILER:


Eu achei um trecho final desse conto muito bom, então:



Ela nunca chegou a saber o que o fogo fez com as outras mulheres, com os móveis ou com o olmo do jardim. Porque neste momento, neste exato momento, ele puxou o fio do alvo bordado de sua carne, a linha rosada de suas faces, e finalmente alcançou seu coração, uma suave rosa vermelha costurada com fogo, e queimou as frescas pétalas bordadas, uma a uma, delicadamente... 













LIVRO: 
"Os Frutos Dourados do Sol". Francisco Alves. Traduzido por: Sergio Flaksman.

2 comentários:

  1. Olá, Não se consegue ler o trecho devido à cor em que está escrito!!!! Tive de seleccionar por cima. (Apaga este comentário - se corrigires essa situação).

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    1. Isso é proposital, para ninguém correr o risco de acidentalmente ler e receber um spoiler que não queria ;)

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