sexta-feira, 17 de maio de 2013

POE: "The Conqueror Worm" (1843)

"Ligeia" (1845), por Harry Clarke
"The Conqueror Worm" é, pra mim, o segundo melhor poema em toda obra do sr. Edgar Allan Poe, perdendo apenas para o clássico e também fodástico "The Raven" ("O Corvo").


Consideravelmente menor que "The Raven", foi publicado pela primeira vez na Graham's Maganize e depois foi incorporado, por vontade do próprio Poe, no conto "Ligeia", em 1845, no Broadway Journal. 


Na história desse conto, o narrador recita o poema para a sua esposa, Ligeia, quando ela está definhando em seu leito de morte. Inclusive, Poe explica no conto que a própria Ligeia teria escrito o poema antes de adoecer e que foi desejo dela ouvi-lo novamente, antes de partir.


De qualquer forma, "The Conqueror Worm" (ou "O Verme Vencedor") trata basicamente sobre a inevitabilidade da morte, da finitude do homem. (O que me faz pensar: que tipo de pessoa, definhando em uma cama, quer ouvir um poema com essa temática, né? o_O )


Obviamente, vale mais a pena ler no original, principalmente por causa das rimas e da musicalidade(?). 


Mas, se você não quer se aventurar no inglês "arcaico" e mais lírico(?), aí está ele traduzido:


 
 ---------------------------------------------------------------------------------------

"O Verme Vencedor"

"Vede! é noite de gala
Nesses anos últimos e solitários!
Uma multidão de anjos, alados, trajados
Em véus, e afogados em lágrimas 
Sentam-se em um teatro, para assistir
A uma peça de esperanças e medos,
Enquanto a orquestra sussurra vacilante
A música das esferas.

Mímicos, à feição do Deus altíssimo,
Murmuram e falam baixo,
E voam daqui para lá - 
Meras marionetes que vêm e vão 
Ao comando de vastas criaturas informes
Que mudam o cenário de lá para cá,
Espalanhando com o bater de suas asas de Condor
Invisível Desgraça!

Esse drama variegado! oh, estai certo
Não poderá ser esquecido!
Com seu Espectro sempre perseguido,
Por uma multidão que nunca o alcança,
Em um círculo que sempre regressa
Ao lugar onde começou,
E grande dose de Loucura e mais ainda de Pecado
E de Horror é a alma da intriga.

Mas, olhai, em meio à turba de mímicos,
Uma forma rastejante se insinua!
Uma criatura vermelho-sangue que se contorcendo
Surge em sua cênica solitude!
Ela se contorce! - Ela se contorce! - com mortais espasmos
Os mímicos tornam-se seu alimento,
E os serafins soluçam ante as presas do bicho
Tingidas de sangue humano.

Apagam-se - apagam-se as luzes - apagam-se todas!
E sobre cada forma que ali estremece
A cortina, mortalha fúnebre,
Desce com o ímpeto de uma tempestade,
E os anjos, todos eles pálidos e sem forças,
Erguendo-se, desvelando-se, afirmam
Que a peça é a tragédia 'Homem'
E seu herói, o Verme Vencedor."

-------------------------------------------------------------------------------------
Original aqui: (http://www.poetryfoundation.org/poem/178359)


RETIRADO DE:
Edgar Allan Poe - Contos de Imaginação e Mistério (2012). Tordesilhas. Tradução: Cássio de Arantes Leite.

Um comentário:

  1. Obrigado pela traducao, as outras que estava achando estavam erradas mas eu nao sabia como traduzir exatamente alguns trechos, como "Invisible Woe".

    ResponderExcluir