sábado, 27 de abril de 2013

"Dublinenses" (James Joyce)



Pois é, primeira pseudo-resenha do blog chamado de "O Bigode do POE" e ela é de "Dublinenses", de James Joyce. COERÊNCIA É PARA OS FRACOS.


Mas, sinceramente, eu queria começar com algo do Poe... só que acontece que faz um tempo que não leio nada dele. Então, pra não correr o risco de falar muita groselha, eu acabei decidindo falar desse último livro que li mesmo. (Apesar de que James Joyce não talvez não seja uma coisa tão fácil assim pra começar, maaasss...)




 
Bom, "Dublinenses" foi o segundo livro publicado do sr.Joyce, em 1914. Ele é composto por 15 contos que retratam situações (algumas até mais comuns) vivenciadas por habitantes da capital da Irlanda e cidade natal do próprio Joyce, Dublin (OH REALLY? FAZ SENTIDO O TÍTULO NÉ?). 


 
Apesar de não saber se esse é o termo certo, eu acabei chamando os contos de "retratos", porque parece, de fato, que algumas histórias se empenham mais em demonstrar quais são os sentimentos e as impressões dos personagens do que desenvolver uma história complexa e tal.


 
E não, isso não foi uma crítica. O livro é muito bom justamente por causa disso: ele traz de forma delicada os sentimentos, paisagens e impressões, tornando a história de certa forma "preenchida", mesmo com as poucas páginas que cada uma possui. 

 
Curiosamente, os "retratos" seguem uma certa ordem cronológica: os primeiros contos tem foco na infância e os seguintes passam pela adolescência, vida adulta e velhice.

 
Bom, já adianto que o livro é foda então vamos lá, mini-sinopses/comentários do MEU TOP 5 dos "retratos" que EU mais gostei:

------------ PODE CONTER SPOILERS OU "SEMI-SPOILERS"------------

Um encontro: Gostei muito desse. Sério. Começa parecendo uma simples narrativa de uma ~traquinagem marota~ de um grupo de meninos. Entretanto, o final muda tudo e dá um clima mais sombrio, destruindo a aparência inocente da história.



 
Uma Pequena Nuvem: Apesar de não ter entendido o título (não me julguem), esse com certeza é um dos melhores do livro. Novamente aquela sutileza e dessa vez usada pra mostrar o remorso da pessoa ao perceber que desperdiçou oportunidades ótimas e fez as escolhas erradas. O final, na minha opinião, é incrível. Sério.


Terra: Voltando à programação normal, esse conto é ótimo também. E simples. Mostra a relação emocional entre uma espécie de governanta e a família do filho de seus antigos amos. Entretanto, o conto é cheio de simbolismos e o final é muito bonito.



 
Um Caso Doloroso: Esse fica empatado com "A Pequena Nuvem". É extremamente melancólico, mas de uma exímia sensibilidade. A solidão e a dor de um possível amor predominam no texto.


 
Os Mortos: O conto mais longo do livro (47 páginas). A parte final com certeza faz a leitura toda valer a pena e se mostra um bom fechamento pro livro.


--------------------- FIM DO SPOILER/ SEMI-SPOILER----------------


Enfim, "Dublinenses" é um ótimo livro. Como quase todos os "livros de contos" ele tem seus altos e baixos, mas com certeza suas qualidades prevalecem sobre seus "defeitos". Talvez para leitores menos "experientes" não seja uma experiência tão agradável, já que muitas histórias se baseiam mais em sentimentos do que em ações de fato. 


 
Bom, James Joyce consegue transmitir sua ideia. Sensibilidade, delicadeza, sutileza... a gente vê por aqui tudo isso está presente. 

 
Um puta livro. Apesar de que alguns (poucos) contos foram meio... meh...

 


NOTA:  8/10

 


E que venha "Ulysses"! (Ou não, né).


 



LIVRO:
Dublinenses (1914), James Joyce. L&PM Pocket. Tradução: Guilherme Da Silva Braga. 

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