quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

PSEUDO-RESENHA: "O Oceano no Fim do Caminho" (Neil Gaiman)

Título: "O Oceano no Fim do Caminho"
Título Original: "The Ocean at the End of the Lane"
Autor: Neil Gaiman (ING) 
Ano de Publicação: 2013
Ano de Publicação no Brasil (esta edição): 2013
Quando foi lido: 13/01/2014 - 14/01/2014
Editora: Intrínseca
Tradução: Renata Pettengill
Arte da Capa: Jamie Lynn Kerner
Número de Páginas: 202





[Só pra constar, não há spoilers nem nada que comprometa significativamente a leitura, a não ser quando sugerido]








"O OCEANO NO FIM DO CAMINHO"



Depois de participar das primeiras cerimônias fúnebres de alguém aparentemente bem próximo, o narrador da história (ele não se nomeia) parte em uma espécie de passeio de carro na direção de sua antiga casa de infância. Ao chegar lá, ele lembra que a casa havia sido demolida há muitos anos, e acaba indo na direção da fazenda vizinha, mais especificamente a um pequeno lago no final da propriedade.

Lá, ele consegue se lembrar em detalhes de uma grande aventura da sua infância. Aos sete anos, quando sua família começou a ter dificuldades financeiras, algo terrível aconteceu com um dos hóspedes da família. Isso ocasionou no despertar de algo muito maior e ameaçador do que ele, mas também permitiu que conhecesse a curiosa família Hempstock, principalmente a menina Lettie, e descobrisse novas realidades fantásticas e, ao mesmo tempo, perigosas...





O LIVRO



Bom, esse foi o primeiro livro do ano e também o primeiro livro do Neil Gaiman que li na vida.


Eu sei, eu sei. Isso talvez soe um pouco ridículo, mas o fato é que nem sempre tive muito contato com a obra dele e só depois da publicação desse livro é que comecei a realmente me interessar.


E, veja bem, pelas minhas contas, eu li em mais ou menos 5,5 horas.

Tudo bem que o livro é curto e a narrativa é muito fluída (kudos to Gaiman), mas mesmo assim, é muito difícil eu ler qualquer livro (tirando infantis e quadrinhos curtos) nesse período de tempo. Então, é evidente que a história me cativou e me embalou durante toda a experiência.


Além da facilidade e simplicidade da leitura (observe que não disse que é uma leitura rasa, muito menos simplória), os personagens e o universo criado são também extremamente difíceis de serem deixados de lado.


A fantasia mescla-se facilmente com a realidade do narrador, mais ainda pelo fato de ele mesmo ser aficionado por literatura e ter a mente “naturalmente” criativa de uma criança de 7 anos. De fato, a ideia de livros como um “refúgio” foi muito bem empregada.


Oi, Neil (1960)
Os seus encontros com as três Hempstock (Lettie, Ginnie e a velha sra. Hempstock) são sempre permeados de diálogos instigantes e que nos fazem se apegar mais ainda à história.


Por se tratar de uma narrativa construída através das lembranças do narrador, a comparação do período da infância com a vida de adulto está sempre presente, o que torna a obra, em minha opinião, um pouco mais profunda do que parece a princípio.


Os antagonistas são bons também, dando um gostinho das profundezas do(s) universo(s) fantástico(s) no qual estamos entrando. É claro, também, que muitos dos medos devem ser considerados, nessa obra, através da visão de uma criança de 7 anos.


É uma obra mais adulta, obviamente. Apesar de permeada por situações fantásticas e muito provavelmente agradar a muitas idades no geral, ela propõe momentos de reflexão que acho que são melhor aproveitados por um olhar mais “maduro” (detesto usar essa palavra...).


De qualquer forma, gostei bastante.

Mas talvez não tenha achado toda a Brastemp que já ouvi dizer por aí. É uma história bonita, divertida e com certa profundidade. Ponto.


Enfim, me cativou e me fez querer ler mais do Gaiman, com certeza ;) 








-------------- CONSIDERAÇÕES COM SPOILERS ---------------






É pouca coisa, eu juro. Só três, na verdade, sendo duas sobre o final.

  •    Eu posso dizer, correndo o risco de parecer um babaca usando um monóculo, que conheço um pouco  de mitologia greco-romana e um pouco das outras mais conhecidas. No entanto, em nenhum momento, as Hempstock me pareceram as três moiras (ou parcas). Mesmo depois de ler e descobrir que muitos faziam essa relação, eu não consigo assimilar tanto assim, mas ok...



  •      FINAL: Achei um final honesto, sem forçar nenhum final bonito/Sessão da Tarde. Existia, de fato, uma boa possibilidade das coisas serem do jeito que acabou sendo, então ok, beleza. 
      Ah, com final forçado eu quero dizer “Lettie reaparecendo do nada”. 
        Ah(2), gostei muito da revelação da velha sra. Hempstock, bem no final, dando a entender que as três Hempstock eram partes da mesma unidade...




  •    FINAL: Apesar de achar honesto, uma coisa me incomodou: o menino tinha 7 anos, vivia lendo, dava indícios de ser criativo e explorador e analisou aquela aventura fantástica com uma mente aberta (de criança, claro). Mas, mesmo assim, depois de tudo, ele diz que isso logo foi esquecido (ainda quando tinha 7 anos)...?


    Assim, achei isso um pouquinho incoerente, porque não me parece que uma pessoa com todas essas características ficaria “ileso” depois de todas essas experiências. Tipo, no livro ainda diz que ele acabou “trabalhando com arte”, então: sonhos, flashbacks, desenhos, pinturas, histórias...? Nada referente àquela aventura...?


  Isso me incomodou um pouco no final, mas talvez eu estou sendo um nitpicker chato bagarai...          











LIVRO:
O Oceano no Fim do Caminho, escrito por Neil Gaiman. Intrínseca. Tradução: Renata Pettengill.

2 comentários:

  1. Ahh eu simplesmente adorei o livro também, e concordo com as suas considerações finais ^.^
    Eu também adorei o nome do blog :3
    Viu eu te indiquei para responder uma tag/selo literária (o), confere lá http://bmpcarneiroescreve.blogspot.com/2014/01/selo-liebster-award.html

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  2. Estou doida para ler esse livro. Parabéns pelo post, adorei o blog!

    Beijos e boas leituras!

    livrosobaluzdalua.blogspot.com

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