sábado, 23 de novembro de 2013

PSEUDO-RESENHA: "O Bosque das Ilusões Perdidas" (Alain-Fournier)

Título: "O Bosque das Ilusões Perdidas"
Título Original: "Le Grand Meaulnes"
Autor: Alain-Fournier (França) 
Ano de Publicação: 1913
Ano de Publicação no Brasil (esta edição): 1972
Quando foi lido: 09/11/2013 - 23/11/2013
Editora: Círculo do Livro
Tradução: Maria Helena Trigueiros 
Arte da Capa: Massao Hotoshi
Número de Páginas: 207


Dedicatória: "À minha irmã Isabelle."



 [Só pra constar, não há spoilers nem nada que comprometa significativamente a leitura]  






O AUTOR




Alain-Fournier (1886-1914)
Henri Alban-Fournier, ou Alain-Fournier, foi um escritor francês de apenas um livro, que é justamente esse que será resenhado. "Le Grand Meaulnes" ["O Grande Meaulnes"], traduzido no Brasil para "O Bosque das Ilusões Perdidas" , foi publicado originalmente apenas um ano antes da morte do autor, que morreu em 1914 num dos primeiros combates da Primeira Guerra Mundial aos 27 anos de idade. Fournier sempre teve ligações com outros escritores franceses da época, como Jacques Rivière.

Até hoje sua morte é assunto envolto em mistérios, uma vez que, apesar de haver testemunhas que alegam sua morte por um tiro vindo das linhas inimigas, seu corpo nunca foi encontrado.





"O BOSQUE DAS ILUSÕES PERDIDAS"



François Seurel, o narrador desse romance, é apenas um adolescente solitário vivendo com seus pais na escola de que sua família é dona. Em um dia que antes parecia igual a todos os outros, surge na escola uma senhora que deseja matricular seu filho e deixá-lo aos cuidados do sr. e sra. Seurel, morando com a família. O tal filho é um jovem, um pouco mais velho que François, chamado Augustin Meaulnes. 


Logo, François descobre que Meaulnes é um jovem com um grande espírito aventureiro e cria um forte vínculo com ele, tornando-se quase irmãos. Depois de uma longa ausência, empenhado em uma misteriosa aventura que no início parecia ter sido uma fuga, Meaulnes volta para François com novidades maravilhosas sobre personagens e lugares desconhecidos e, principalmente, sobre o grande amor que ele acredita ter encontrado. 


No entanto, Meaulnes teme que nunca mais encontrará a pessoa que despertou esse grande amor. E por isso François promete tentar de todas as formas ajudar seu amigo a reencontrar figura misteriosa que ele tanto deseja...





O LIVRO



Em primeiro lugar, eu acho que "O Bosque..." trata principalmente sobre uma grande amizade e toda a lealdade e confiança de que ela é constituída. François e Meaulnes, apesar de parecerem tão diferentes em muitos aspectos e momentos, parecem complementar a qualidade de um com os defeitos de outro, se empenhando ao máximo para que consigam atingir seus objetivos.


A escrita de Fournier também colabora. Os personagens são desenvolvidos de forma que percebemos seu amadurecimento desde o início, na adolescência, até os anos seguintes nos quais se tornam adultos e suas decisões e as tramas nos quais estão envolvidos se tornam mais complexas.


Mesmo assim, é um livro bem melancólico. E chega a ter uns momentos em que a melancolia evolui para uma tristeza comovente. Isso tudo no "bom sentido". Não é um dramalhão nem uma novela mexicana. É bonito e não forçado. 


A única ressalva é que o romance possui uma narrativa que é envolvente, sim, mas que também é bem prolixa e descritiva em algumas partes. Nada contra alguns floreios e poetificações das paisagens e personagens, mas chegou um ponto onde começava a ficar um pouco cansativo demais, exagerado.


Acaba que isso não vem a atrapalhar tanto, já que o romance é dividido em três partes que, por sua vez, são divididas em pequenos capítulos: umas 3 páginas para cada capítulo.


Enfim, eu aconselho como uma boa leitura. Talvez não seja o livro que vá mudar sua vida, mas é uma história relativamente curta que evoca sentimentos interessantes e variados durante a leitura. Além, é claro, de acabar constituindo-se no final de uma comovente história de amor!    


  



 



  

LIVRO:
O Bosque das Ilusões Perdidas (1913), escrito por Alain-Fournier. Círculo do Livro. Tradução: Maria Helena Trigueiros. 

Um comentário:

  1. Interessante... Nunca tinha ouvido falar nem do autor e nem do livro. Fiquei curioso sobre esses sentimentos variados que evocam durante a leitura.

    Um abraço.

    PS: Gostei da tua bio, "leitor assíduo do que eu gosto e não do que é obrigatório".

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