Entre 1961 e 1974, ocorreu um importante conflito no continente africano. Angola, Guiné-Bissau e Moçambique se reuniram, apoiados por diversos outros países, para conseguir sua independência de Portugal, que ainda tentava manter uma relação de colonialismo e autoridade com esses países.
Acabou que, depois da Revolução dos Cravos e o consequente novo regime político em Portugal, os movimentos de independência conseguiram receberam as colônias.
O fato é que, nesses anos de conflito, o futuro escritor português António Lobo Antunes foi mandado a uma base do exército português, na Angola, para atuar como médico no período entre janeiro de 1971 e janeiro de 1973.
Ao ir para lá, ele deixava para trás sua esposa (recém haviam casado), que estava grávida de seu primeiro filho.
A Guerra Colonial Portuguesa |
"Cartas de Guerra", então, não poderia ter um nome mais óbvio, pois trata-se de um compilado de 12 cartas enviadas por ele à sua esposa, explicando sua situação, a guerra, a saudade e o desenvolvimento de sua futura carreira literária.
Os episódios narrados por ele passam a mínima, mas perturbadora noção de como é o trabalho com os feridos e mortos no meio de um conflito. Sua saudade da esposa e da criança é evidente, com frases frequentes nos finais das cartas, por exemplo:
"Meu amor meu amor meu amor eu gosto tudo de ti."
e
"Gosto tanto tanto tanto de ti! Milhões de beijos!"
O maior "problema" do texto talvez seja sua narrativa alquebrada, como se as palavras não conseguissem acompanhar completamente o pensamento e o sentimento de Antunes na hora.
Achei engraçado que não houve uma tradução do conto: está no português europeu e não no brasileiro. Por isso, a leitura fica um pouco mais arrastada e "difícil"...
Enfim...
NOTA: 6 / 10
"GRANTA em Português (10): Medidas Extremas". Alfaguara.
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