Título: "Saco de Ossos"
Título Original: "Bag of Bones"
Autor: Stephen Edwin King (EUA)
Ano de Publicação: 1998
Ano de Publicação no Brasil (esta edição): 1999
Quando foi lido: 30/07/2013 - 05/09/2013
Editora: Objetiva
Tradução: Myriam Campello
Arte da Capa: Pós-Imagem Design
Número de Páginas: 754
[Só pra constar, não há spoilers nem nada que comprometa significativamente a leitura]
"SACO DE OSSOS"
Mike Noonan é um escritor de best-sellers de mistério, bem-sucedido e extremamente feliz ao lado de sua amada esposa Jo. Um dia, entretanto, ela sai para ir à farmácia e nunca mais volta para a casa; sem nenhum sintoma ou nenhum sinal prévio ela sofre um aneurisma que torna Mike em um jovem viúvo. A tristeza é grande e o escritor acaba sofrendo durante anos com um enorme bloqueio criativo, impedindo-o de prosseguir publicando livros.
Então, para tentar uma última abordagem, ele se muda para a casa do lago que ele e Jo compraram anos atrás, em uma cidadezinha do interior. Ao chegar lá, ele conhece a encantadora Mattie Devore e sua linda filha de 3 anos, Ki. Logo ele descobre que Mattie também é uma jovem viúva e que ela está lutando com todas suas forças para manter a sua filha longe do velho, poderoso e sinistro sogro, Max Devore.
Mike tentará de todas as formas ajudá-las, mas começa a perceber que há algo errado na cidadezinha e, principalmente, na sua casa do lago, Sara Laughs. Ele tentará descobrir o por quê de coisas tão estranhas estarem acontecendo na sua casa e à sua volta, ao mesmo tempo em que vai descobrindo o perturbador passado que envolve o local
O LIVRO
Stephen King tem a má fama de ser muito prolixo e que às vezes não sabe criar finais dignos da história que desenvolveu. Fanboyzismos à parte, eu, antes de ler esse livro, pude perceber pouquíssimos exemplos em sua obra de casos como esses.
Entretanto, é inegável o fato de que "Saco de Ossos" merece entrar, pelo menos um pézinho, na zona dessas críticas. Discordo enfaticamente no que tange ao "final ruim", mas concordo que esse não é um livro muito fácil em termos de ritmo.
Eu diria que no início não é possível sentir que o ritmo está meio lento, nem que King está prolixo. Estamos envolvidos, submersos nos personagens (ainda chegaremos à eles) e nem percebemos nada. Reparei em um certo arrastamento só depois de um tempo considerável, mais ou menos lá pela página 100.
Mesmo assim, o enredo está cheio de pequenos acontecimentos interessantes que "puxam" o leitor: as assombrações, as relações entre os personagens, as histórias da cidade. O horror vai entrando cada vez mais em cena e sentimos a velha essência de King se apromixando enquanto vamos compreendendo o mistério em torno da casa do lago (Sara Laughs).
Ainda vemos passagens pontuais que poderíamos considerar como "longas demais" (um sonho confuso certa vez é descrito longamente em 19 páginas), mas isso fica posto de lado com os acontecimentos misteriosos que recheiam a história.
Stephen King autografando "Bag Of Bones" |
Dividindo, podemos dizer que:
- O primeiro terço do livro, apesar de um pouco arrastado e melancólico, é interessante e nos faz criar vínculos com os principais personagens;
- O segundo terço começa a introduzir e a desenvolver o suspense e o horror, mas juntando com doses essenciais de romantismos. Poucas partes são realmente prolixas e já estamos (pelo menos eu estava) apegados de diversas formas aos envolvidos na trama.
- E o último terço do livro é excepcional, no sentido de tirar seu fôlego com as aparições, com o terror e horror, com reviravoltas e explicações cruciais. Pouquíssimos momentos o negócio fica arrastado e, acredite, é bem provável que você vá querer parar um pouco a leitura para respirar bem fundo e continuar de novo.
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Além da trama cheia de suspense, romance e horror, o que também roubou a cena, na minha opinião, foi o cuidadoso desenvolvimento dos personagens.
Sério.
Não houve nenhum personagem do qual eu não tenha nutrido algum vínculo de sentimento. Nenhum deles era, e nem se tornou, inócuo para mim.
Seja o protagonista Mike Noonan; seja a maravilhosa Mattie e sua fofa (sério, MUITO FOFA) filhinha Ki; seja o detestável velho caquético Max Devore; seja, veja só você, a falecida e também maravilhosa Jo, a ex-esposa de Mike.
É impossível dizer que aquele sentimento de perder amigos não estava lá quando terminei de ler a última linha do livro...
SÓ PRA CONCLUIR...
Acho que a melhor definição para "Saco de Ossos" é a que o próprio autor, Stephen King, deu para a obra: "a haunted love story" - "uma história de amor assombrada". Isso já resume bem o que o livro quer te trazer, leitor.
Não acho o melhor livro do Stephen King (aliás, duvido que algum livro supere "A Coisa"), mas com certeza está entre os melhores. De fato, não recomendaria alguém começar a ler King com "Saco de Ossos", por causa da densidade, principalmente.
Prolixo em algumas partes, emocionante em outras e de tirar o fôlego no resto, "Saco de Ossos" merece ser lido se você curte uma história bem elaborada e personagens marcantes. ;)
[ah, claro, também merece se você gostar de casos de amor tentando se desenvolver no meio de assombrações e eventos paranormais...]
LIVRO:
Saco de Ossos (1998), escrito por Stephen Edwin King. Objetiva. Tradução: Myriam Campello.
Bem, Apesar do conselho vai ser o meu primeiro livro de Stephen King, mas foi porque eu só encontrei ele na biblioteca. Enfim, estou ansiosa para ler. Ah e seu comentário sobre o livro me agradou muito.Obrigada ! :)
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