Autor: Albert Camus (Argélia)
Ano de Publicação: 1942
Ano de Publicação no Brasil (esta edição): 2013
Editora: Record
Tradução: Valerie Rumjanek
Número de Páginas: 126
[Só pra constar, não há spoilers nem nada que comprometa significativamente a leitura]
Não adianta: existem
certos livros que parecem gritar, clamar, quase exigir uma nova leitura. Isso parece
acontecer em diversos momentos, quer dizer, desde o início, o meio e o fim da
primeira experiência por aquelas páginas.
Pode ser por limitações
cognitivas ou pela simples ignorância e falta de experiência, talvez, com
literatura mais profunda, mas quase sempre que termino um livro com conotação
mais filosófica (ou cheio de simbolismos), eu tenho a impressão de que uma nova
leitura será inevitável.
Óbvio que isso não
ocorrerá logo em seguida; admito que nem mesmo me iludo com a mais leve possibilidade
disso acontecer. Mas sim, garanto que vai acontecer.
Desde o início sabia
que não seria uma leitura única, afinal, Camus foi considerado o mestre da
corrente filosófica chamada (curiosamente) de Absurdismo, uma resposta ao
Existencialismo e pareamento ao Niilismo. Além disso, outras coisas me fizeram
cogitar isso:
- O fato de já ter tentado entender o Absurdismo, sem sucesso nenhum [e só agora que comecei a ter boas noções a respeito]
- A presunção do grande jornal francês Le Monde ao chama-lo de “o livro mais importante do século XX”
Ah, claro, “O
Estrangeiro” possui um parágrafo de abertura extremamente icônico:
“Hoje, mamãe morreu. Ou
talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: ‘Sua mãe faleceu. Enterro
amanhã. Sentidos pêsames.’ Isso não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem.”
Meursault, por Telchine |
Kafka terá de ser
relido,
Dostoievski terá de ser
relido,
Camus terá de ser
relido
E essa lista vai
aumentar, com certeza.
Eu vou rever um Raskólnikov
em conflito, algum dia.
Eu vou rever um
Narrador quase sufocando em pensamentos, algum dia.
Eu vou rever um Artista
da Fome definhando pela arte, algum dia.
E Meursault...
É... bem, algum dia.
Não conhecia esse autor, mas parece ser muito bom! Adorei a sua resenha :)
ResponderExcluirBeijos
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