quinta-feira, 24 de outubro de 2013

FRAGMENTOS: "Notas do Subsolo" (Fiódor Dostoiévski)

Título: "Notas do Subsolo" 
Título Original: "Zapìski iz pòdpol'ja"
Autor: Fiódor Dostoiévski (Rússia) 
Ano de Publicação:1864
Ano de Publicação no Brasil (esta edição): 2012
Quando foi lido: 26/09/2013 - 23/10/2013
Editora: L&PM POCKET (vol. 670)
Tradução: Maria Aparecida B. P. Soares
Arte da Capa: Ivan Pinheiro Machado
Número de Páginas: 149











FRAGMENTOS:






"O SUBSOLO"


http://livroseideias.files.wordpress.com/2011/01/dostoievski-retrato-blog.jpg?w=600
Fiódor Dostoiévski (1821-1881)
"Bem, senhores, é esse homem direto que eu considero o homem normal, verdadeiro, do jeito que sua terna mãe - a natureza - gostaria de vê-lo quando carinhosamente o criou na Terra. Invejo tal homem até a minha última gota de fel. Ele é um imbecil, indiscutivelmente, mas pode ser que o homem normal deva ser mesmo imbecil, quem sabe? Pode ser até que isso seja muito bonito." (p. 18-19)


"Mas repito pela centésima vez: há apenas um caso em que o homem é capaz de, proposital e conscientemente, desejar para si algo até mesmo nocivo, idiota, até mesmo idiotíssimo, e é precisamente quando quer defender o direito de desejar para si mesmo algo idiotíssimo e não ficar obrigado a desejar para si apenas o que é inteligente." (p. 39)


"Eu creio nisso, respondo por isso, porque toda a questão humana, creio, resume-se, na realidade, em o homem provar constantemente para si mesmo que ele é um homem, e não uma tecla!" (p. 42)





"A PROPÓSITO DA NEVE ÚMIDA"


"Bancam os valentes apenas os asnos e suas aberrações, e mesmo estes só até um determinado obstáculo. Nem vale a pena prestar atenção neles, pois nada significam." (p. 56)

http://nickgauci.files.wordpress.com/2012/03/2006-09-12_11-20-23notes-from-underground-movi.jpg


"Um papel secundário eu nunca pude aceitar, e era por isso que na vida real ocupava muito tranquilamente o último lugar. Ou herói ou a lama, não havia meio-termo." (p. 69)



"O fato foi o seguinte: Liza, que eu havia humilhado e esmagado, compreendeu muito mais do que eu poderia imaginar. De tudo a que assistira, ela compreendeu aquilo que as mulheres sempre compreendem se amam com sinceridade: ela percebeu que eu era infeliz." (p. 141)



"Em primeiro lugar, eu já não tinha a capacidade de amar, porque, repito, amar para mim significava tiranizar e dominar moralmente. Toda a minha vida eu nunca pude nem ao menos imaginar outro tipo de amor e cheguei ao ponto de que, agora, às vezes penso que o amor, na realidade, consiste no direito que o objeto do amor  voluntariamente concede de ser tiranizado." (p. 144)   







Um comentário:

  1. "...penso que o amor, na realidade, consiste no direito que o objeto do amor voluntariamente concede de ser tiranizado." Adorei essa frase. Dostoiévski sabe ser profundo. Com certeza eu preciso ler mais livros dele.

    Beijos, Bell.

    http://contosdoguerreiro.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir