Primeiro de tudo: o autor do conto, Henry St. Clair Whitehead, era amigo e trocava correspondências frequentemente com outro escritor, um tal de H. P. Lovecraft. Uma vez que Lovecraft faz parte da minha "Santíssima Trindade", por assim dizer, as expectativas com relação a essa história e a escrita do sr. Whitehead só se eleveram.
Mas,
sinceramente, não me decepcionei.
Talvez
não seja o conto mais genial, nem melhor que os do amigo Lovecraft e nem o
melhor do livro, mas eu estaria mentindo se dissesse que a história não me
prendeu.
O
conto retrata um episódio ocorrido ainda na época do tráfico de escravos,
envolvendo um capitão de navio negreiro que é ferido e amaldiçoado (?)
por uma das escravas. Deixando claro: ele mereceu.
Enfim, na viagem de volta, o capitão em questão começa a sentir na pele (literalmente) a agonia proporcionada pela revolta e defesa da escrava.
O
conto foi escrito e publicado em 1929, ou seja, uns 100 anos depois da
época retratada e com o a escravidão já abolida. Entretanto, é bom ressaltar
que nos Estados Unidos (país do escritor) ainda havia uma forte segregação
racial.
Henry St. Claire Whitehead |
"(...)Para
ele (autor), no entanto, o negro é um ser diferente, imprevisível, mais bicho
selvagem do que pessoa. Raros são os escritores que não reproduzem em sua obra
os valores da época em que viveram. (...)"
Bom...
Apesar
disso tudo e de que o sr. Alberto Manguel, organizador de "Contos de
Horror do Século XIX", "roubou" novamente (como fez em "A Mão do Macaco") ao pôr um
história publicada depois de 1900, o conto é bom e merece um nota boa.
NOTA:
8/10
LIVRO:
Contos de Horror do Século
XIX (2005),
organizado por Alberto Manguel. Companhia das Letras. Tradução: conto traduzido
por Carlos Knapp.
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